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Meu corpo só é caminho.
Pó que se levanta e obedece.
Por entre fios de cabelo,
uma cobra rasteja
nos labirintos fundos de minha carne exposta
Enrosca o rabo em minha cintura
Sobe rasgando minha coluna
Quebrando meus ossos
Roça de leve meu rosto enquanto dança.
Sua língua é marcada como meu tronco.
Rastro ambíguo, molhado.
Eu também troco de pele
Ali, no canto daquela sala, me dispo de mim mesma.
Marcela Neublum
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